ARTHUR - Parte II
Do mesmo modo o colapso da autoridade romana nas terras da Bretanha fazia que reinasse o caos, havendo em toda parte perturbações a ordem pública, grupos de saqueadores, brigas entre tribos e etc. – Em outras palavras eram tempos sombrios para se viver., tal como descreveu tão bem Gildas.
Deste contexto surge Artur, obtendo certas vitórias militares significativas e lutando heroicamente em batalhas memoráveis, crescendo gradativamente em sua liderança como símbolo de unidade nacional em uma Bretanha imersa na turbulência e inspirando a todos os bretões a terem esperança quanto ao seu futuro.
De pano de fundo é de se observar que neste tempo na Bretanha restava muito pouco das antigas tradições celtas e no lugar os bretões estavam mais acostumados ao modo de pensar e agir dos romanos, o que significava dizer também estar em contato com o cristianismo que vinha pregando um estilo de vida bem diferente daquele adotado pelos antepassados dos bretões.
Como pode se intuir havia presente muitos fatores de descaracterização cultural que propiciaram a formação de um povo que não mais se via como celta só que também não se identificava como romano, o que se revelou fundamental para construírem um universo mítico próprio e totalmente inovador de onde surgem lendas tão essencialmente "bretãs" para quem se demonstrava ser arquetípico desta imagem como era o caso de Arthur que surge embrionariamente em favor da construção de uma identidade nacional bem mais adiante.
Observem que Arthur ao lutar não ia como um "Rei de armadura reluzente em um cavalo branco" tal como é um personagem de contos de fadas, pelo contário de fato ele se porta mais com um centurião romano do que um guerreiro celta típico já que vai muito bem armado ao campo de batalha, sendo acima de tudo meticuloso na estratégia e preciso na tática militar tal como seria de esperar em atitude de um soldado profissional do que em um mero aventureiro.
Aliás, o posto que Arthur possuía era herdado diretamente das tradições militares romanas, a saber, era o "Comes Britanniae". Nesta condição ele representava ser a autoridade militar máxima entre os bretões e o principal responsável pelo comando de uma espécie de milícia itinerante que defendia à Bretanha de invasões bem como sob seu mando estavam pessoas que faziam as vezes de seus oficiais em posição hierarquicamente inferior que também detinham o controle de um contingente de tropas. (principalmente vigiando o litoral e a famosa "Muralha de Adriano" para prevenir invasões não só de estrangeiros de além-mar como de seus vizinhos do norte )
Entretanto, por mais que fosse o "Comes Britanniae" Arthur um brilhante gênio militar e hábil guerreiro ele não foi capaz de impedir da Bretanha ser de vez invadida e derrotada,porém, restou a Lenda de Arthur para iluminar e inspirar futuras gerações.
1 Comments:
Pois é...
a lenda vale a pena. Interessante como antigamente as pessoas brigavam muito. A evolução mostra isso. Hoje existe a batalha corporal, mas o negócio está muito mais no psicológico.
Sinto falta de u filme de Arthur mais completo, talvez uma trilogia mesmo. Melhor do que aquele conto de fadas gay, onde todos vão atrás de uma rodinha...
beijocas e amei seu texto!
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