Canal Celta: 06/2007

24.6.07

A invasão

dia mal estava terminando com os celtas avançando triunfantes Roma adentro sem encontrar maiores obstáculos pela frente que retesse de maneira significativa sua marcha e tudo indicando que iam atravessar a cidade de um lado ao outro antes do despontar do Sol ao leste na manhã seguinte.

Não imaginem uma ampla logística por detrás desta invasão, já que a idéia de estratégia militar dos celtas no caso consistia em avançar rápido sem reter nunca o passo de maneira tanto a surpreender o inimigo quanto força-lo a ficar numa posição sempre defensiva em que a alternativa seria tão-somente recuar para fugir ou morrer ali lutando.

Ao lado desta ousadia e vigor no combate por parte dos celtas, onde em grande parte residia intrisicamente o sucesso da estratégia militar céltica , a isto era combinado a sua supremacia tecnologica no dominio da metalurgia que favorecia a confecção de armas bem mais resistentes do que do oponente ( normalmente feitas em bronze ou até pedra polida)

De resto não havia clemência em relação a alvos ´´civis´´ ( leia-se aqui idosos, mulheres e crianças ) e feridos em combate, diga-se de passagem que nem bem prisioneiros era comum de fazerem, o que resultava numa espécie de versão mais primitiva e reduzida em proporções de recursos da´´Blitzkrieg´´( termo alemão para guerra - relâmpago ) usada como tática militar pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial.

Nesta perspectiva, o que sobrava de um território invadido pelos celtas era em poucos termos o que se chama de ´´ terra arrasada´´, isto é, o que não desse para saquear era destruido seja colocando a baixo na base da força bruta ou incendiando pura e simplesmente o que sobrava de pé.

Assim Roma naquele entardecer funesto do dia 18 de Julho de 390 a.C estava imersa no mais completo e absoluto caos apesar de que ao longe poderia ser vista ´ brilhando ´ como se fosse em plena luz do dia por conta dos focos de incêndios que não tardavam se alastrar por toda cidade.

O triunfo céltico parecia próximo e aos romanos parecia destinado o mesmo fim que os etruscos, sucumbindo Roma tal como antes tinha ocorrido Etrúria, mas eis que em meio daquele cenário de destruição alguns citadinos e o resto das tropas do front de combate da Batalha de Allia buscam refúgio derradeiro no Monte Palatino e ali é esboçado a organização de uma resistência a invasão celta.

17.6.07

Os celtas em Roma.

este momento já foram destroçadas as linhas de defesa romana então montadas ao longo do rio Allia, partindo os soldados romanos numa debandada desorganizada em direção de Roma com os celtas em seus calcanhares matando os retardatários nesta marcha desonrosa e pendurando nas mais altas lanças as cabeças de seus inimigos vencidos como troféus de combate.

Num erro estratégico absurdo os romanos optaram por concentrar todos seus recursos militares naquela empreitada desastrada e como resultado não havia linha de retarguarda defensável em previsão de que o pior acontecesse , fazendo Roma surgir em todo seu esplendor como presa fácil para um ataque massivo dos celtas .

Os celtas estavam então a cerca de 20 km de distancia de Roma e já tinha conquistado um território que compreendia desde da base dos Montes Apeninos, passando pela a Planíce do Pó até o litoral do Mar Adriático onde no processo de ocupação varreram do mapa Etrúria.

Deste modo se os acontecimentos retornassem a repetir, fazendo figurar Roma como próximo alvo da sanha expansionista céltica, o resultado mais que provável seria o dominio do norte ao sul do que hoje corresponde a Itália sob o controle dos celtas .

Em questão de horas esta distancia foi percorrida pelos celtas e ainda mais rápido o mesmo percurso foi feito pelos soldados em fuga do font de batalha do rio Allia, fazendo o pânico espalhar nos corações e mentes dos romanos ao ponto que muitos optaram por fugir da cidade para ir bem longe dali antes que os celtas despontassem no horizonte.

Aos celtas só foi necessário passar pelos portões da famosa ´´Cidade das Sete Colinas´´, deixados abertos e escancarados pelos tementes da fúria céltica, sobrando a eles apenas a ´´árdua´´tarefa de conseguirem formas e meios de como carregarem todos os tesouros obtidos pelo saque de Roma. Matando é claro, aqui e acolá, romanos que encontrassem no caminho.

Não tardou a surgir logo acompanhando aos saques o espocar de pequenos incêndios no interior da cidade, fazendo um cenário de pura destruição evoluir daquela situação tal como antes tinha acontecido em Etrúria. Seria o fim de Roma?