Canal Celta: 02/2007

25.2.07

Os objetos de poder



o buscar as origens dos Tuatha Dé Danann surge no meio do caminho um monte de relatos desencontrados que dão conta desde que eles vieram do céu, passando por situar sua morada em algum lugar ao ´´norte´´do globo até mencionam sua terra-natal como sendo nas ´´ilhas meridionais do mundo´´.

Entram em acordo as narrativas que na terra-natal dos Tuatha Dé Danann havia quatro prósperas cidades a saber Falias, Findias, Gorias e Murias. De cada uma trouxeram ´objetos de poder´ que seriam uma espada, uma lança , um caldeirão e uma pedra.

A espada que veio da cidade de Findias era tão leve no manuseio quanto afiada e ficou com o guerreiro Nuada. Rezam as lendas que ninguém jamais escapou vivo de sua cutilada já que era mortal mesmo a partir do mais diminuto ferimento causado, capaz de atravessar a mais sólida das armaduras e destruir qualquer escudo ao meio como se fosse de papel.

A lança que foi confeccionada na cidade de Gorias possuia propriedade mágicas que a faziam ter vida própria e sendo tão sedenta de sangue que era preciso até o momento de usa-la botar na sua ponta um preparado sonífero feito de folhas papoula sob o risco dela sair matando a todos a sua volta ! Apenas Lugh em sua imensa sabedoria e força física se revelou capaz de ter controle sobre ela , razão pela qual ficou como seu ´´guardião´´ para o próprio bem dos Tuatha Dé Danann.

O caldeirão veio da cidade de Murias e era chamado de o "Inesgotável" já que dele podia ser retirado ( ou depositado ) uma quantidade infinita de alimentos tal como uma Cornucópia e tinha recursos mágicos de potencializar a produção de remédios que nele fossem produzidos. O glutão Dagda , antigo rei dos Tuatha Dé Danann, virou seu fiel depositário .

Finalmente chegamos a Lia Fáil / Pedra do Destino, aquilatada na cidade de Falias que tinha o poder de ver o futuro e o passado, servir como meio de descobrir se uma pessoa falava a verdade e como forma de ver os lugares mais distantes sem estar lá presente. Era guardada a ´´sete chaves´´ pelo próprio rei dos Tuatha Dé Danann em lugar escondido e só podia ser usado com muita sabedoria em momentos muito importantes já que havia o perigo de levar a loucura, seja a cegueira ou morte.

18.2.07

A verdade por detrás do mito



Ciclo Mitológico Gaélico-Celta :

o conjunto dos relatos que compõem ao que é usualmente identificado como ´´ ciclo mitológico´´, onde são contadas as origens míticas da Irlanda , vemos além da descrição de batalhas memoráveis e aventuras fantásticas que também existe uma certa preocupação em demonstrar as modificações trazidas no meio ambiente pela presença humana.

Assim,por exemplo, vemos que na chegada dos Partholon a Irlanda era descrita como nada mais do que um pedaço de rocha com pouca vegetação que vivia escondida sob uma névoa espessa e debaixo de chuvas constantes que faziam gerar um clima beirar ao gélido.

Agora se bem os partholianos contavam apenas no inicio com a presença de uma planície e três lagos vemos que com o tempo, ao longo na verdade de 03 séculos, o cenário muda com o clima ficando mais ameno e tamanho da ilha aumentando tanto que a ganha mais quatro planícies, sete lagos, outros tantos rios, árvores , animais e etc

O fenômeno se repete mais tarde quando os Partholon são sucedidos na ocupação da Irlanda pelos Nemed onde são narrados o surgimento de 12 novas planícies e mais quatro lagos , o mesmo se sucedendo com os FirBolgs, os Tuatha Dé Danann e finalmente os Milésios que encerram em sua saga o fim dos relatos do ciclo mitológico, isto é, em todos vemos que a ´´ geografia´´ irlandesa, o clima e o ecossistema sofrendo drásticas modificações.

Na origem atribuíram estas mudanças como fruto de ´´mágica´´ e mais adiante posicionaram em torno do assunto como sendo coisas mormente ´´inventadas´´ pelos celtas ao contar suas lendas já que era notória a pouca cerimônia que tinham em fazer uma clara distinção entre aquilo o que figurasse como imaginário em contraste com o real. Não obstante, poderia haver outra explicação?

Uma hipotese

Podemos desvendar o ´mistério´ tomando com base a idéia que os mitos tem o potencial de configurar em formas e meios de representação simbólica de fatos realmente ocorridos que sobrevivem em sua historicidade para gerações futuras sendo transmitida numa versão que carrega cores de fábula fantasiosa.

Deste modo, grandes guerreiros se transformam em divindades, lutas de tribos assumem a proporção de um duelo cósmico e assim por diante até que o evento mais banal do cotidiano sofra uma mutação tão radical na interpretação para uma perspectiva surreal de caráter místico-transcendental entrar em voga no lugar como explicação. Eis como nascem mitos.....

Importa frisar que se na origem um fato real qualquer serviu de inspiração para que certo mito figura provável que ´´pistas´´ sejam deixadas no meio do caminho a citar ao meu ver este particular presente nos relatos míticos célticos dando notícia de mudanças no cenário físico da Irlanda existe indicio que seja algo mais do que uma historieta criativa inventada tal como pretendo provar mais a seguir.

Da versão mítica ao fato real



Passar pente fino nestes relatos consiste em analisar ao fundo como se deu o povoamento na Europa , nesta perspectiva sabemos atualmente que os europeus são descendentes de grupos paleolíticos que chegaram ao continente vindos da Ásia Central e do Oriente Médio e viveram entre 25 mil e 40 mil anos atrás.

Eram dois grupos que compuseram duas grande levas de migração ao tempo ainda do Paleolítico, sendo um deles relacionado a um povo que alcançou seu auge na Europa ocidental e meridional há cerca de 35 mil anos e o outro emigrou do Oriente Médio há cerca de 22 mil anos dando ocupação a Europa Central e oriental.

Para se ter uma idéia
apenas ao tempo que corresponde ao período denominado como neolítico inferior, algo ao redor de 4.300 a.C, é que houve uma vaga migratória partindo do continente europeu ( conhecidos como "Povo Windmill Hill" ) em direção as ilhas britânicas, ocupando eles o que corresponde hoje a Inglaterra , País de Gales e Escócia. A Irlanda ficou por último no povoamento , séculos depois quase ao tempo do final do neolítico.

Enquanto isto continente europeu estava saindo de uma Era Glacial, significa dizer que áreas livres para ocupação humana estavam gradualmente surgindo onde era antes puro deserto de gelo bem como também o clima passava por fortes mudanças. Em outros termos leitos de rios sofriam modificação, o regime de chuvas se altera em intensidade e etc. , ou seja, lagos eram ´criados´, planícies abertas e por aí vai tal como aventam os mitos celtas.

O mais importante de ser salientado é que estava em ação alterações radicais no ecossistema , sendo fácil que aqui e acolá surgisse novas formas de microorganismo ( mesmo que libertas depois de milênios presas em imensos blocos de gelo ) que com facilidade davam cabo de toda uma população sem dar maiores avisos. De novo remetemos aos relatos celtas a respeito de horrendas ´´pestes´´ que fizeram vítimas os Parthalon, os Nemed e o Milésios.

4.2.07

Solução do mistério de Stonehenge?


CASAS PRÉ-HISTÓRICAS PROMETEM SER SOLUÇÃO PARA MISTÉRIO DE STONEHENGE

Fonte : jornal O Globo 31/01/2007

Vilarejo de quatro milênios teria abrigado construtores do monumento

Pela primeira vez, arqueólogos encontram pistas concretas sobre o povo que ergueu Stonehenge, o famoso e misterioso círculo pré-histórico de monolitos em Salisbury, Inglaterra. Uma equipe inglesa descobriu nas proximidades do monumento o que se supõe serem as ruínas de um vilarejo habitado pelas pessoas que transportaram e ergueram os blocos de pedra.

A cerca de quatro quilômetros do monumento, arqueólogos acharam ruínas de casas e até ossos de animais, que tanto podem ser restos de festins quanto oferendas a deuses. As ruínas de 4.600 anos formam a maior vila pré-histórica descoberta no Reino Unido. As casas ficam num lugar conhecido como Durrington Walls e foram construídas no mesmo período que Stonehenge. A teoria mais aceita diz que Stonehenge foi erguido para ser um centro religioso, presumivelmente de adoração ao Sol e aos mortos.

Mike Parker Pearson, o líder das escavações, disse que a descoberta sustenta a tese de que Stonehenge era parte de um complexo religioso muito maior. Por séculos Stonehenge atrai legiões de místicos, estudiosos e curiosos. Se sabe que as pedras de muitas toneladas foram trazidas de longe e até hoje não há uma explicação convincente de como um povo pré-histórico conseguiu levar a cabo tal empreitada.

Pearson, cujo trabalho foi financiado pela National Geographic Society, disse que o círculo de canais e bancos de terra de Durrington Walls cerca círculos menores de madeira.

- Trata-se de uma versão de Stonehenge em madeira - explicou.

As escavações revelaram não apenas o círculo de madeira mas uma estrada pavimentada com pedras.

- Essas construções são complementares. Stonehenge é só parte de uma estrutura mais complexa - disse Pearson.

O projeto de escavação começou em 2003 e é integrado por seis universidades.

Stonehenge foi construído entre 2.600 e 2.400 a.C. As casas de Durrington foram datadas entre 2.600 e 2.500 a.C. Oito casas foram encontradas em setembro passado, e sinais de muitas outras foram localizados. As casas eram feitas de madeira e cal e não tinham mais que cinco metros quadrados, com um chão de barro e um lugar para lareira. Há vestígios de móveis rudimentares de madeira. Seus ocupantes viviam na sujeira, com restos de ossos de animais e de panelas de barro encontrados espalhados por todo lado.

Os arqueólogos acreditam que as casas devem ter sido habitadas não só pelos construtores de Stonehenge quanto por sacerdotes e peregrinos que seguiam para o templo. Serão necessários mais estudos, porém, para comprovar essa hipótese.