Canal Celta: 08/2006

27.8.06

Morgana - Parte I


A origem de Morgana


esde os autores da Idade Média aos da literatura contemporânea nada se apresenta mais controverso do que a figura de Morgana , onde em algumas versões ela é tida como a grande vilã no enredo enquanto outros designam a ela o papel de fundamental aliada de Arthur .

No principal documento que a cita historicamente, a saber o livro intitulado ´´Vita Merlini ´´ ( Vida de Merlin ) de autoria de Geoffrey of Monmouth ( 1100 - 1155 ) , Morgana é apresentada como uma das nove irmãs que governavam um mágico lugar a que chamavam ´´ ilha de maçãs´´ e que homens conheciam pelo nome de "A Ilha Afortunada" ( o mesma é citada em ´´ Navigatio Sancti Brendani´´ por São Brandão na narrativa de suas lendárias viagens aum Paraíso Perdido ) pelo fato de que ali a Mãe Natureza nutria seus habitantes com tamanha abundancia que nem havia necessidade de cultivar a terra e nela passar o arado.

Morgana é aqui chamada de ´´Morgen´´´por Geoffrey , sendo descrita por ele como tendo notável beleza, extraordinários conhecimentos e incríveis poderes de mudar a sua própria forma. Seria ela uma espécie de líder e mentora de suas irmãs. Porém, a importância que dá a ela no ´´Vita Merlini ´´é secundária já que o texto concentra mais em falar de Merlin ( praticamente só um parágrafo é gasto para menciona-la ) que encerra uma espécie de trilogia que deu inicio com ´´Prophetiae Merlini´´ ( Profecias de Merlin ) e passa por ´´ Historia Regum Britanniae ´´ ( Histórias dos Reis da Britania )

Posteriormente a mesma personagem com certas mudanças é citada com um pouco mais destaque como ´´Morgawse´´ ( vemos outros autores menos renomados a chama-la também de ´´ Anna´´ ) por Sir Thomas Malory ( 1405-1471 ) em seu livro ´´Le Morte d´Artur´´ onde é compilado para o francês as sagas arturianas. Porém, seja qual fosse o nome o fato é que Morgana e outros personagens femininos figuram como secundários em face Arthur , Merlin e os Cavaleiros da Távola Redonda.

Tempos depois já no século XX a escritora norte-americana Marion Zimmer Bradley ( 1930-1999 ) tem a iniciativa de criar uma versão sob o ponto feminino das lendas arturianas em seu livro ´´ As Brumas de Avalon ´´ onde Morgana é finalmente elevada a condição de quase personagem central da estória só que assumindo a alcunha de ´´Morgana Le Fey´´ no enredo.

Morgana - Parte II

A outra face de Morgana

corre que seja como Morgen, Morgawse, Anna, Morgana Le Fey ou qual for o nome , tomada como personagem principal ou mero coadjuvante na trama bem como também encarando seu papel como vilã ou heróina na vida de Arthur , o fato é que toda esta narrativa não passa de uma espécie de ´´releitura´´ de lendas bem mais antigas.

Nesta perspectiva, centrando a obra de Geoffrey of Monmouth como grande paradigma na criação da mitologia arturiana, pelo o qual outros escritores vieram depois para se inspirar pelos século afora, a tese mais aceita é que ele fez uma versão ´´franco-normanda ´´ de mitos célticos e o mesclou com ficção histórica, ou seja, pegou lendas ancestrais e procedeu uma ´´revisão´´ nos eventos históricos de modo que lendas e fatos se misturassem como sendo uma só coisa.

Seja quem fosse a Morgana como personagem histórica, partindo é claro do pressuposto que ela tenha de fato existido, não resta dúvida que Morrigan ( ou se muito a sua versão galesa como ´´deusa Gwyar´´ ) é a principal base de inspiração para Geoffrey compor a personagem.

Evidências que comprovam esta ascendencia mítica sobre Morgana são inúmeras que vão desde sua descrição física , seus poderes e atitudes que são bem típicos daqueles vistos em Morrigan. Leia-se , por exemplo, o poema ´´Morgan le Fay ´´ de autoria de Madison Julius Cawein ( 1865 -1914 ) e vejam se ´´a sombra de Morrigan´´ não aparece lá :


De Samito * era feito o seu leito,

No seu cabelo um aro de ouro,

Como luminescência orgânica, no amarelo-torrado da luz do luar,

Era luzente e fria.

Com olhos cinzentos claros, ela olhava ameaçadora e fixamente;

Com lábios vermelhos claros cantava uma canção:

Qual era o cavaleiro que ao olha-la,

Não a receava?

Obs : samito era uma espécie de tecido pesado de seda usado na Idade Media

26.8.06

A Profecia de Morrigan


o final da épica batalha com Fomorianos segue uma cena não menos espetacular de Morrigan e sua irmã Badb correndo juntas para proclamar aos quatro cantos a vitória dos Tuatha Dé Danann, gritando para tanto do cume das montanhas mais altas da Irlanda.

Voltando a Tara ( capital do reino dos Tuatha Dé Danann ) Badb como uma menestrel improvisada , fortemente tão emocionada quanto inspirada pela importância daquele momento na vida de todos dananianos , cantou uma canção que assim começava e cujo o resto da letra se perdeu na poeira da história :

Paz sobe aos céus,
Os céus descem a terra,
Terra mora sob os céus,
Todos são fortes...

Morrigan permanecia quieta ouvindo a bela canção de sua irmã, porém, enquanto todos eram só sorrisos transparecia um ar sombrio estampado na sua face que aos poucos atraiu atenção de todos ao ponto de cessarem suas celebrações para ver o que acontecia ali.

Voltou a reinar um silêncio sepulcral entre os danianos , sem que ninguém tivesse coragem de perguntar a Morrigan o que acontecia, quando sem aviso prévio a Grande Rainha em olhos marejados e voz embargada anunciou que teve uma visão sobre o que reservava o futuro para os Tuatha Dé Danann.

Na profecia Morrigan via o fim iminente da Era Divina dos Tuatha Dé Danann e o inicio de um tempo de miséria sem fim com mulheres sem pudor, homens sem força, velhos sem a sabedoria da idade e jovens sem respeito pelas tradições. Um era de injustiça, líderes cruéis, traição e sem nenhuma virtude! Um tempo onde haveria árvores sem frutos e mares sem peixes onde a Mãe Natureza só ofertaria um maná de veneno como alimento aos seres vivos ! Esta era a chegada da Era dos Homens, do nosso mundo.

20.8.06

AS BANSHEE


anshee caíram no imaginário popular como uma espécie de alma penada que vaga sem rumo entre este mundo e o Além, surgindo em meio de aparições fantasmagóricas para azarados mortais em lugares poucos belos tais como cemitérios, castelos com fama de serem mal assombrados e principalmente entre soldados mortos em um campo de batalha.

As banshee são vistas alternativamente assumindo 03 formas, a saber aparecem como meninas da mais tenra idade, mulheres jovens ou anciãs,mas invariavelmente algo em seu aspecto físico chama atenção seja pela inerente ´´doçura´´ da meninez apresentada, a sensualidade curvilínea só vislumbrada nas mais formosas das fêmeas ou ainda bizarra deformidade conduzida pela senilidade avançada.

Com o poder de ´´apossarem´´ por curto espaço de tempo seja do corpo de animais ou humanos e deles fazerem seus incautos marionetes, podendo atravessar a mais sólida parede como fosse fumaça e com o dom de realizarem os desejos daqueles dispostos a selarem com elas um pacto nefando onde por fim se perca a alma, porém, de tudo o mais terrível era o seu grito que emitido seria capaz de gelar o sangue do mais corajoso homem , matar os mais fracos, enlouquecer ou simplesmente deixa-lo surdo para o resto da vida.

Curioso observar que ligam as banshee a figura de Morrigan e suas irmãs Fraya ( chamada de ´´ a Odiosa ´´ ), Nemon ( conhecida também popularmente como ´´ a Venenosa ´´ ) , Badh ( atendendo pelo apelido sugestivo de ´´a Fúria´´ ) e Macha ou bem até a a imagem da deusa Brigith que nascendo como patrona da poesia e das artes termina ficando muito vinculada a idéia de luto com a história da perda de seu filho na batalha entre os Fomorianos e Tuatha Dé Danann.

Seja Morrigan, Brigith ou quem for , o fato é as banshee estão sempre na posição de portadores de más notícias na forma de morte precoce, doença e grande sofrimento, só que na origem etimológica a palavra ´´banshee´´ vem de ´´ Bean-Sídhe´´ que se traduz como ´´ Mulheres da Colina´´, uma referencia ao último refúgio dos Tuatha Dé Danann que permaneceram na Irlanda e recolheram-se em ´´sídhe´´ ( singular sídh ) / colinas , individualmente escolhidas por Dagma para ser a morada de cada deus e deusa gaélico.

Agora é importante frisar que tal como haviam as ´´ Bean-Sídhe´´ / Mulheres da Colina haviam também os ´´Fer-Sídhe´´ / Homens da Colina que reunidos compunham os ´´Aes Sídhe´´ / Povo das Colinas ou encurtando ´´ Sídhe´´, porém, o que sobreviveu mesmo até os dias de hoje e projetou para fora do imaginário mítico irlandês foi a figura tétrica das ´´banshee´´

De inicio deste mito ´´transfigurado´´ as banshee serviam como protetoras das cinco principais famílias da Irlanda, a saber os O'Neill, O'Brien, O'Connor, O'Grady e Kavanagh. De fato a supostas aparições das banshee para além da Irlanda se deram tal como que acompanhando estas famílias para outros países .

Mesmo atualmente é recorrente a idéia de que chamar as banshee em voz por volta de 03 vezes em certos locais tidos como de centros de poder místico em datas astrologicamente ´´peculiares´´ renderia a possibilidade de obter favores destas sombrias senhoras....

Uma vampira chamada Morrigan



orrigan vem de "Mór Ríogain" e significa "Grande Rainha" em gaélico. Porém, num manuscrito datado do ano de 876 para a Vulgata de autor desconhecido surge sem maiores motivos aparentes o nome de Morrigan como sendo a a expressão de "Rainha Fantasma" ou "Rainha dos Mortos-Vivos".

Nota-se que a partir daí também a deusa Morrigan assumiu a características mais que tipicamente vampirescas na qualidade de "Rainha Fantasma" ou "Rainha dos Mortos-Vivos", só que ao contrário do famoso ´´Drácula´´ dos tempos modernos que virava morcego tinha ela o poder de se transformar em um lobo ou corvo antes de atacar suas vítimas . Seria a versão céltica do mito do vampiro?

Para o reforço desta imagem deve ser lembrado que Morrigan é descrita como uma mulher cheia de cicatrizes e ferimentos mal-curados , bem como sempre coberta de sangue e lama o que faz ela presumivelmente ter um cheiro pra lá de ruim!Aliás, um de seus epítetos de Morrigan é "corvo de batalha" e é bem sabido que esta é uma ave carniceira que se alimenta principalmente de corpos em decomposição. De novo invarialmente tal situação invoca no fundo da mente a criação de uma imagem arquetipica de repulsão e nojo .....

E o que dizer do estado sombrio de espírito que ficou Morrigan a partir de seu amor não correspondido por Cuchulainn?Oras, ela foi para sua morada na eternidade amarrando uma dor de cotovelo sem-fim e cheia de ressentimento em seu coração, abandonando-o ocasionalmente para vagar como uma alma penada entre os reles mortais em busca de amantes cativos de sua vontade !!

Assim, imagine tudo isto em um ´´conjunto harmônico´´ e veremos que se bem Morrigan não tenha presas, não tema luz solar e tudo mais esperado em um vampiro clássico , nem de longe pode ser negado de que não exista algo de bem sombrio e ´´vampiresco´´em um sentido lato na personalidade desta deusa.

A questão é apenas ´´abstrair´´ de imagens pré-concebidas a respeito do mito do vampiro e buscar ver nele o que há de essencial, isto é, um ser destituído de sua Alma Imortal que vaga existindo neste mundo como se um morto fosse e invejoso do destino ´´normal´´ dos restante dos mortais ( sobretudo amor correspondido )

Os mitos como uma chave-mestra para desvendar mistérios humanos.



ma mitologia assume tanto a forma de interpretar magicamente fenômenos naturais quanto é uma maneira de perpetuar fatos históricos que depois são vistos como base de fábulas e mitos fantásticos para a coletividade. Assim, um conflito entre tribos se transforma em um mítico embate entre as forças cósmicas do Bem e do Mal com cada lado encarnando a forma de seres sobre-humanos e do qual o resultado depende o destino do Universo bem como também um arco-íris passa a ser interpretado como uma estrada mística para um Reino Sobrenatural.

Não obstante, há uma outra perspectiva mais ´´intimista´´ onde mistérios da existência e do psiquismo humano são revelados por meio de mitos. Alguns com esta posição em mente julgam serem os mitos comentários específicos de uma civilização em certa época , figurando deste modo relatos a respeito do seria o ser humano em seu tempo.

Agora há os que consideram ser possível estabelecer uma ponte entre este passado remoto e o presente no que se refere à construção de arquetipicos universais e atemporais tendo como base o que diz a mitologia de certa cultura. Que os diga Freud que na psicanálise se desdobrou em usar e abusar da mitologia grega para explicar neuroses e complexos presentes no inconsciente humano, recorrendo a Édipo, Prometeu e outras tantas figuras míticas da civilização helenística

Quando a sombra de Morrigan paira sobre nós : Um exemplo de como a mitologia celta pode nos ajudar.

Como seria de esperar também a mitologia celta pode se prestar a este papel tão instigante e revelador para quem queira debruçar sobre a existência humana. Como exemplo peguemos o caso de Morrigan, a Grande Rainha :

Ora, Morrigan é uma guerreira invencível só que finalmente encontra a derrota pelas mãos daquele homem que é seu grande e derradeiro amor , a saber Cuchulainn (uma espécie de semideus e herói celta ao estilo de Hércules dos gregos) que a vence justamente fora do campo de batalha.

E como reage Morrigan a esta decepção amorosa? Recolhe-se ao Sidh (um recanto de descanso eterno para as divindades) e vai assumindo ao longo do tempo características mais que tipicamente vampirescas na qualidade de "Rainha Fantasma" ou "Rainha dos Mortos-Vivos" do que a imagem de ´´Grande Rainha´´ de outrora quando era vista como guerreira maior entre os Tuatha Dé Danann (Povo da Deusa Danu)

Segundo as lendas Morrigan passa a procurar através dos séculos por Cuchulainn , desta vez reencarnada, para conseguir com ele uma segunda chance de viver seu amor perdido. Porém, ela é sempre malsucedida em suas buscas e apesar de conseguir novos amores neste meio tempo, apenas Cuchulainn parece estar à altura de seus desejos.

Ela passa assim a vagar pela eternidade afora , arrastando atrás de si uma multidão de homens apaixonados por ela que lutam para serem correspondidos em seu amor só que ao final ficam reduzidos a condição de seus escravos e condenados a compartilhar o mesmo destindo de sua ´´dona´´ onde desfrutam do pesadelo de uma existência imortal em mundo sem expectativas e carregado de puro amargor por conta de serem menosprezados por quem amam.
Os parelos entre a tão dramática quanto fantástica vida de Morrigan e as tragédias vividas por qualquer ser humano por conta de um amor não correspondido, onde se ama sem ser amado na mesma intensidade, seja por conta de expectativas frustradas quanto a nossa cara-metade, traição e etc, são elementos mais que óbvios para qualquer leitor buscar estreita identificação ao ter a mais mínima sensibilidade.

Aliás, quem tal como Morrigan não logrou assumir a postura de ´´Rainha dos Condenados´´, sendo uma criatura errante que vaga pela escuridão como um morto-vivo , amarrando uma fossa sem fim, lastimando pelo dias de felicidade perdida e rendendo-se ás vezes aos instintos mais baixos para sair em procura de vingança ou diversamente passando a tratar com o mais absoluto desprezo àqueles que venham a nos amar.

Deste modo, Morrigan é o arquetipicos tanto do amor não correspondido como das mazelas que ele gera no coração humano caso padeça diante das trevas geradas por sentimentos nefastos como a amargura, o remorso e a desilusão. – Os mitos revelam que a realidade parece não ter mudado muito, seja no século XXI ou ao tempo quando os celtas eram vivos.

19.8.06

Morrigan : A Grande Rainha


maginem uma mulher extremamente alta, cabelos castanhos escuros longos até a cintura que serviam como uma espécie de ´´capa´´ sobre os ombros, olhos penetrantes tão negros como a noite, pele branca quase translúcida e corpo de músculos bem delineados que não deixavam de revelar encantos femininos sem par e fazer qualquer um pensar nos prazeres carnais que ela poderia oferecer.

Agora não se deixem enganar por sua bela aparência, pois detrás delas há uma guerreira implacável, caçadora das mais hábeis, mestra no manuseio de qualquer arma e invencível no combate por sua força descomunal e invulnerabilidade.

Aliás, em qualquer batalha, seja entre deuses ou mortais, lá estava ela liderando tropas com um grito de guerra tão alto quanto o de dez mil homens e plenamente armada até os dentes onde se destacava em sua indumentária de combate as duas lanças da mais pura prata que carregava nas mãos ( quando lançadas capazes de partir ao meio o avanço de um exército inimigo e destroçar em pedaços quem estivesse mais próximo )

Ela também tinha poderes mágicos como o de cegar os inimigos jogando sobre o campo de batalha uma névoa penetrante bem como também dotada do dom de mudar sua forma humana para de um corvo carniceiro, lobo ou mesmo de uma anciã de aparência bem inocente. Conhecendo bem tanto o poder curativo das ervas e raízes quanto a maneira de usa-las como um veneno mortal.

Esta em poucas palavras é a descrição de Morrigan, cujo o nome em gaélico significa ´´Grande Rainha´´, deusa celta da guerra. Ao seu lado, seguindo-a para todo lado como um séquito de uma rainha, haviam as suas não menos importantes irmãs : Fea ( chamada de ´´ a Odiosa ´´ ), Nemon ( conhecida também popularmente como ´´ a Venenosa ´´ ) , Badh ( atendendendo pelo apelido sugestivo de ´´a Fúria´´ ) e Macha.

Nemon e Fea eram ambas esposas do famoso Nuada da Mão de Prata, um dos reis dos Tuatha Dé Danann (Povo da Deusa Danu) que em combate com Sreng dos Fir Bolgs ( antigos habitantes da Irlanda e tribo aliada dos Fomorianos ) teve a mão decepada e depois substituida por uma mão de prata feita através das incriveis habilidades de Diancecht ( deus gaélico da medicina )até ser restituida por Miach e Airmid ( filhos de Diancecht ) Em poder se comparavam juntas a força de Morrigan.

Macha regia os pilares nos quais eram empaladas as cabeças dos guerreiros mortos em combate para qual eram feitos pelos celtas o culto da cabeça na idéia de ser assim capaz de capturar o espírito dos inimigos. Diziam que Macha vivia a cantar nos campos de batalha, com uma voz bela e magnética que tinha o poder de enfeitiçar os inimigos e leva-los a loucura ao ponto de cometerem o suicidio

Por sua vez, Badh vinha com suas irmãs para animar os combatentes dos quais estavam ao seu lado na batalha para assim inspira-los a ficarem cada vez mais ferozes , afastando o medo da morte do coração e o receio da derrota. Era individualmente a irmã mais próxima no contato com Morrigan, atuando como sua conselheira e confidente.

Curiosamente a Grande Rainha , sempre vitoriosa no combate, acabou pelo amor não correspondido de Cuchulainn ( uma espécie de semi-deus e herói celta ao estilo de Hércules dos gregos ) sendo atingida de uma forma mais dolorosa do que em qualquer ferimento obtido em batalha. Assim, ironicamente, o Amor foi a arma que finalmente derrotou a invencível Morrigan !