27.8.06
Morgana - Parte II
De Samito * era feito o seu leito,
No seu cabelo um aro de ouro,
Como luminescência orgânica, no amarelo-torrado da luz do luar,
Era luzente e fria.
Com olhos cinzentos claros, ela olhava ameaçadora e fixamente;
Com lábios vermelhos claros cantava uma canção:
Qual era o cavaleiro que ao olha-la,
Não a receava?
Obs : samito era uma espécie de tecido pesado de seda usado na Idade Media
26.8.06
A Profecia de Morrigan
Paz sobe aos céus,
Os céus descem a terra,
Terra mora sob os céus,
Todos são fortes...
20.8.06
AS BANSHEE
Uma vampira chamada Morrigan
Para o reforço desta imagem deve ser lembrado que Morrigan é descrita como uma mulher cheia de cicatrizes e ferimentos mal-curados , bem como sempre coberta de sangue e lama o que faz ela presumivelmente ter um cheiro pra lá de ruim!Aliás, um de seus epítetos de Morrigan é "corvo de batalha" e é bem sabido que esta é uma ave carniceira que se alimenta principalmente de corpos em decomposição. De novo invarialmente tal situação invoca no fundo da mente a criação de uma imagem arquetipica de repulsão e nojo .....
E o que dizer do estado sombrio de espírito que ficou Morrigan a partir de seu amor não correspondido por Cuchulainn?Oras, ela foi para sua morada na eternidade amarrando uma dor de cotovelo sem-fim e cheia de ressentimento em seu coração, abandonando-o ocasionalmente para vagar como uma alma penada entre os reles mortais em busca de amantes cativos de sua vontade !!
Assim, imagine tudo isto em um ´´conjunto harmônico´´ e veremos que se bem Morrigan não tenha presas, não tema luz solar e tudo mais esperado em um vampiro clássico , nem de longe pode ser negado de que não exista algo de bem sombrio e ´´vampiresco´´em um sentido lato na personalidade desta deusa.
A questão é apenas ´´abstrair´´ de imagens pré-concebidas a respeito do mito do vampiro e buscar ver nele o que há de essencial, isto é, um ser destituído de sua Alma Imortal que vaga existindo neste mundo como se um morto fosse e invejoso do destino ´´normal´´ dos restante dos mortais ( sobretudo amor correspondido )
Os mitos como uma chave-mestra para desvendar mistérios humanos.
Quando a sombra de Morrigan paira sobre nós : Um exemplo de como a mitologia celta pode nos ajudar.
19.8.06
Morrigan : A Grande Rainha
Agora não se deixem enganar por sua bela aparência, pois detrás delas há uma guerreira implacável, caçadora das mais hábeis, mestra no manuseio de qualquer arma e invencível no combate por sua força descomunal e invulnerabilidade.
Aliás, em qualquer batalha, seja entre deuses ou mortais, lá estava ela liderando tropas com um grito de guerra tão alto quanto o de dez mil homens e plenamente armada até os dentes onde se destacava em sua indumentária de combate as duas lanças da mais pura prata que carregava nas mãos ( quando lançadas capazes de partir ao meio o avanço de um exército inimigo e destroçar em pedaços quem estivesse mais próximo )
Ela também tinha poderes mágicos como o de cegar os inimigos jogando sobre o campo de batalha uma névoa penetrante bem como também dotada do dom de mudar sua forma humana para de um corvo carniceiro, lobo ou mesmo de uma anciã de aparência bem inocente. Conhecendo bem tanto o poder curativo das ervas e raízes quanto a maneira de usa-las como um veneno mortal.
Esta em poucas palavras é a descrição de Morrigan, cujo o nome em gaélico significa ´´Grande Rainha´´, deusa celta da guerra. Ao seu lado, seguindo-a para todo lado como um séquito de uma rainha, haviam as suas não menos importantes irmãs : Fea ( chamada de ´´ a Odiosa ´´ ), Nemon ( conhecida também popularmente como ´´ a Venenosa ´´ ) , Badh ( atendendendo pelo apelido sugestivo de ´´a Fúria´´ ) e Macha.
Nemon e Fea eram ambas esposas do famoso Nuada da Mão de Prata, um dos reis dos Tuatha Dé Danann (Povo da Deusa Danu) que em combate com Sreng dos Fir Bolgs ( antigos habitantes da Irlanda e tribo aliada dos Fomorianos ) teve a mão decepada e depois substituida por uma mão de prata feita através das incriveis habilidades de Diancecht ( deus gaélico da medicina )até ser restituida por Miach e Airmid ( filhos de Diancecht ) Em poder se comparavam juntas a força de Morrigan.
Macha regia os pilares nos quais eram empaladas as cabeças dos guerreiros mortos em combate para qual eram feitos pelos celtas o culto da cabeça na idéia de ser assim capaz de capturar o espírito dos inimigos. Diziam que Macha vivia a cantar nos campos de batalha, com uma voz bela e magnética que tinha o poder de enfeitiçar os inimigos e leva-los a loucura ao ponto de cometerem o suicidio
Por sua vez, Badh vinha com suas irmãs para animar os combatentes dos quais estavam ao seu lado na batalha para assim inspira-los a ficarem cada vez mais ferozes , afastando o medo da morte do coração e o receio da derrota. Era individualmente a irmã mais próxima no contato com Morrigan, atuando como sua conselheira e confidente.
Curiosamente a Grande Rainha , sempre vitoriosa no combate, acabou pelo amor não correspondido de Cuchulainn ( uma espécie de semi-deus e herói celta ao estilo de Hércules dos gregos ) sendo atingida de uma forma mais dolorosa do que em qualquer ferimento obtido em batalha. Assim, ironicamente, o Amor foi a arma que finalmente derrotou a invencível Morrigan !